Minha história filatélica
Sou espanhola, de Barcelona. Cheguei ao Brasil em 1961 e recebia muitas cartas de parentes, amizades e dos meus pais que lá ficaram. Achava os selos muito bonitos e comecei a recorta-los dos envelopes e guardando-os. Naquela época não tinha e-mail e se escreviam muitas cartas.
Em 1993 fui trabalhar em uma importante empresa multinacional com muitos colegas estrangeiros que passaram a residir temporariamente no Brasil. Também recebiam muitas cartas de amigos e parentes. Comecei a pedir que me dessem os selos e todos muito gentilmente me atendiam. Guardava todos os selos nos fragmentos em uma caixa até que em 1972 o meu filho com 8 anos se interessou em ver os meus selos guardados. Tinha centenas deles sem descolar. Começamos os dois a descolar os selos e fui atrás de informações de como se organizavam, onde se guardavam, etc. Conheci os classificadores e comprei alguns para meu filho começar a organizar. Muitos amigos e também colegas de trabalho obsequiavam sempre o meu filho fazendo doações de selos e até de coleções abandonadas.
Meu filho, após dois anos, já com 10, tinha um acervo que se orgulhava. Mas, um belo dia, em uma mudança de casa que nós fizemos, uma caixa sumiu na mudança e justamente foi a caixa que continha a coleção do meu filho Paulo. Ficou muito triste com essa perda e com selos e classificadores que estavam em outra caixa, preparei uma coleção com 1.200 selos mais ou menos, para ele continuar com a coleção, mas o Paulo se negou porque lembrava dos selos que tinha e se dizia atrapalhado com a nova coleção. Não havendo meios para convence-lo, decidi eu mesma continuar com a coleção, já que tinha me entusiasmado com a preparação.
Praticamente, sou juntadora desde 1961 e colecionadora desde 1974. E aqui estou hoje, em 2019, com 45 anos de colecionismo filatélico e fazendo muitas coleções de países da Europa.
Desde 1993, ano em que me aposentei, passei a me dedicar mais assiduamente e adotei esse hobby com muita satisfação. É um conselho que passo a todos os aposentados e também aos que adoram os selos. Já tive oportunidade de encaminhar adolescentes e jovens para esse hobby tão cultural. Muitos estudantes passaram a ter boas notas na escola nas áreas de história e geografia.
Não desisto nunca de aconselhar a filatelia para novos iniciantes.
Filatelia é cultura.
Rosa S. Angulo – Filatelista