Confissão Filatélica
Queria ter a vida de um selo postal!
Não a de um “Olho de Boi”
Tão importante, com pompa, renomado,
Mas que no fim termina trancado
Em um cofre guardado a sete chaves.
Queria mesmo é ser um selo comum
Nascer em uma folha com outros iguais
Esperando para ser usado em uma carta
Desejando fazer algo a mais
Viajar para onde o remetente definir
Pra cidade vizinha ou outro país
Matando a saudade do parente isolado
Ou fortalecendo o sentimento dos namorados
Não sei se no fim continuaria colado na carta
Ou extraído da mesma e ir parar em uma coleção
Mas não seria mais um simples pedaço de papel
E sim um guerreiro que cumpriu sua missão
Luiz Gonzaga Amaral Júnior – Filatelista
Apresentado em Divinópolis na noite da poesia em 13/06/2019