Crônicas Filatélicas

A Filatelia e minha Formação

Como filatelista tive a oportunidade de ler diversos artigos relacionados com o tema
“Cultura e Filatelia”. A maior prova, porém, que tive do valor da filatelia para o
enriquecimento cultural foi na minha própria experiência de vida.
No início da década de 70, morando distante de São Paulo e num bairro muito pobre,
pouco acesso eu podia ter à cultura, pois para mim faltava um direcionamento para o
maravilhoso mundo do conhecimento. As únicas fontes de informação eram o rádio e os
jornais, porém, foi apenas me associando à ABRAFITE, que meus horizontes se ampliaram.
Lendo os artigos publicados na revista “TEMÁTICA”, fui podendo racionalizar meu acesso
às bibliotecas e passei a conhecer as grandes coleções como a “Barsa”, “Mirador”,
“Verbo”, etc..
Minha maior alegria, morando longe da capital, era quando chegava o tão esperado
número da revista “TEMÁTICA”, que na época vinha acompanhada da revista “Filatelia
Temática” órgão da Associação Portuguesa de Filatelia Temática.
Organizando minha coleção sob o tema “O homem na Lua”, obtive um grande
conhecimento sobre o tema, pois fiz várias pesquisas e escrevi para a NASA, adquirindo
livros e revistas.
Hoje, exercendo duas profissões, ou seja, professor de História da Rede Oficial e Chefe do
Setor de Correspondências de Superfície na ECT, faço uma retrospectiva de minha vida e
vejo quanto foi importante ter sido filatelista e membro da ABRAFITE.
Graças à filatelia fui, em 1972, convidado em Mogi das Cruzes para organizar a Exposição Comemorativa do Sesquicentenário da Independência e ganhei muito mais respeito de meus colegas.
Meus conhecimentos filatélicos foram úteis e me deram entusiasmo para minha rápida
ascensão de carteiro para supervisor postal.
Com relação ao meu curso universitário, como grande parte dos brasileiros da minha
geração, não pude ter acesso às universidades estaduais ou federais.
A filatelia, porém, proporcionou-me condições plenas para superar essa dificuldade, pois
desde que entrei na ABRAFITE, interessei-me pelos trabalhos do Grupo de História, sendo que na década de 70, apresentava ótimos trabalhos dirigidos pelo grande Ayres Gevaerd.
Cursando uma faculdade isolada, foi possível, graças à filatelia, ampliar meus
conhecimentos, principalmente em minha área que é a História.
Mesmo com a leitura de artigos não relacionados com a História, a revista “TEMÁTICA”
muito colaborou para o meu enriquecimento cultural.
Nas suas páginas, pude satisfazer minha curiosidade sobre praticamente todos os
assuntos, como arte, religião, biologia e até medicina.
Quantas vezes lecionando lembro-me de determinados assuntos que aprendi graças à
filatelia, o que torna minhas aulas muito mais enriquecidas.
Por isso, estou convencido que, para os jovens, a filatelia temática proporciona algo
extremamente primordial, que é a investigação.
Nos selos encontramos motivos de estudo e cultura para todos os gostos, assim como
geografia, geopolítica, biologia, etc…
Diante de tudo isso não posso esquecer das palavras do grande mestre Heitor Fenício,
proferidas em uma Mostra Filatélica no Colégio Batista Brasileiro nas Perdizes, que disse…
“a filatelia leva os jovens ao mundo da cultura alargando o campo dos próprios
conhecimentos.”
Autor: Cassiano A. Macedo (São Paulo/SP)
Publicado na revista Temática nº 99 (set/out de 1987)
Nota do editor: ABRAFITE: Associação Brasileira de Filatelia Temática

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