No dia 1º de setembro os Correios disponibilizaram para venda o selo personalizado “Os Grandes Nomes da Filatelia Brasileira – Paulo Comelli”, somente na versão gomada.
Impressos e disponibilizados em folhas de 12 unidades, tem valor facial de 1º Porte Carta Comercial, mas são vendidos seguindo tabela de preços dos Correios para os selos personalizados.
O código previsto para o Catálogo RHM é:
– PB-166: selo personalizado gomado
Nascido no Rio de Janeiro em 23 de março de 1943, passou a ter contato com a filatelia aos 15 anos. Ao longo de sua trajetória, especializou-se em selos clássicos e História Postal do Brasil. Foi um dos maiores responsáveis pelo estímulo à filatelia no país. Tinha como maior propósito aperfeiçoar a visão de que a filatelia era muito mais que um ato de colecionismo, mas uma ciência auxiliar da história.
Ao longo de sua trajetória ocupou posições de destaque no cenário filatélico, como as de Presidente da Confederação Brasileira de Filatelia/CBF (1990-2003), Membro Fundador e Vice-Presidente da Federação Brasileira de Filatelia/FEBRAF (1997-2001), Vice-Presidente da Federação Interamericana de Filatelia/FIAF (1998-2001), Diretor da Associação Internacional dos Experts Filatélicos/AIEP (2006-2009) e o primeiro brasileiro nato a ser Diretor da Federação Internacional de Filatelia/FIP (2009-2011). Também foi membro de diversas associações como: American Philatelic Society/APS, Royal Philatelic Society/RPSL, Centro Filatelico del Paraguay/CFP e Collectors Club of New York/CCNY. Em 2007, Paulo Comelli passou a figurar no Roll of Distinguished Philatelists/RDP, o mais importante reconhecimento filatélico mundial.
Como produção intelectual, Paulo Comelli publicou mais de 540 artigos sobre selos brasileiros, algumas dezenas de artigos sobre a filatelia didática e outros tantos sobre dados históricos da filatelia. Produziu dois livros: o primeiro, com 638 páginas sobre a Coleção de Dom Pedro II e o segundo, intitulado Carimbo do Império no Rio Grande do Sul, que, infelizmente, não chegou a ser publicado. Foi, também, fundador e editor chefe da revista Mosaico (CBF), além de ter contribuído com artigos para diversos periódicos filatélicos nacionais e internacionais.
Mais do que se dedicar aos estudos da Filatelia Brasileira, aplicou seus conhecimentos na identificação e análise de falsificações e fraudes na filatelia, tendo produzido mais de uma centena de exames em cartas, carimbos e selos brasileiros e internacionais.
Suas coleções conquistaram mais de uma dezena de medalhas e prêmios nas principais exposições filatélicas ao redor do mundo, colocando-o entre os brasileiros mais premiados internacionalmente. Destacam-se as coleções: Dom Pedro II (1866-1878) – American Bank Note, que conquistou 15 medalhas (7 Gold e 8 Grand Gold) e 6 prêmios especiais; e a coleção Brazilian Mail to Foreign Destinations – From Correio – MOR to UPU, vencedora de 4 medalhas Grand Gold.
Paulo Comelli encerrou sua trajetória em 9 de maio de 2011, em Belo Horizonte, deixando um sólido legado de conhecimento e de estímulo à Filatelia para as gerações futuras.
Família Comelli
Agora a nota é minha, desse humilde editor que vos escreve: tive o prazer de conhecer o Paulo Comelli e com ele conviver em vários eventos filatélicos. Era meu companheiro de fumódromo (rs).
Considero este querido amigo que partiu prematuramente um dos maiores, se não o maior, filatelista brasileiro de todos os tempos.
O seu site está sendo reestruturado pela família e tão logo fique pronto terei o prazer de divulga-lo. Será uma das melhores fontes de consulta sobre a Filatelia Clássica Brasileira.
A importância que Paulo Comelli deu à Filatelia pode ser observada nesta frase de sua autoria: “A Filatelia é uma ciência auxiliar da história, pois ajuda a criar uma consciência de cidadania em crianças e adolescentes, graças aos aspectos históricos e geográficos que ela envolve, além do culto às tradições. Desta forma, a Filatelia deveria figurar entre as disciplinas obrigatórias do currículo escolar”.

